Olá pessoal.
A velha bateria chumbo ácida é o único tipo de bateria que não precisa de proteção contra sobrecarga quando instalada no veículo.
Todas as outras, desde a de Niquel Cádmio, muito usada em aviões, necessitam de um sensor que monitore sua temperatura, para desligar o carregador quando a bateria atingir sua carga máxima. Não vou falar sobre as baterias modernas, de Lítio, usadas em celulares, tabletes e outros equipamentos.
Quando instalada no carro (não estou falando de baterias sendo carregadas num auto elétrico), não precisamos nos preocupar com excesso de carga.
O regulador de voltagem do alternador (ou do sistema, no caso de reguladores que não fazem parte do alternador) mantém uma carga que não danifica a bateria.
Essa carga é determinada pela diferença de voltagem entre a bateria e o alternador.
Quando uma bateria está com carga baixa, logo que o alternador começa a produzir, a carga será muito alta, devido à voltagem da bateria estar baixa.
À medida em que a voltagem da bateria vai aumentando, em função da carga, diminui o fluxo de corrente (amperagem ou carga), até que cesse quase por completo. Nunca cessa totalmente pois a bateria perde carga. Mais na frente vou voltar a falar nisso quando falar sobre carregadores inteligentes com flutuador automático.
Vejamos como funciona o regulador de voltagem (tensão) do carro.
Se houver muita exigência por parte dos equipamentos elétricos (ar condicionado, eletroventilador do radiador, ventilador interno, faróis, etc) a voltagem vai tender a cair. O circuito do regulador sente isso e aumenta a voltagem da corrente nos eletroímãs do rotor, fazendo assim com que o alternador produza mais, fazendo subir a voltagem.
Quando o consumo diminuir, o regulador também sente e faz o contrário, diminuindo a corrente nos eletroimãs.
Então, com a bateria totalmente carregada e nenhum (ou quase, pois sempre tem alguma coisa consumindo), o alternador fornece um tico de corrente.
Carregar baterias em casa é perigoso. Exige um controle de quanta carga (qtos amperes) se vai fornecer para carregar a mesma. Recomenda-se 10% da capacidade da bateria. Uma bateria de 60 amperes/hora se deve carregar com um carregador mandando 6 amperes.
Surgiram há pouco tempo carregadores inteligentes, que simulam o funcionamento do sistema do carro, diminuindo a carga quando a bateria estiver quase carrregada, e interrompendo a carga quando a bateria atinge o máximo de carga. Existem ainda os carregadores inteligentes com flutuador, que, mesmo depois da bateria totalmente carregada, continuam fornecendo uma pequena carga.
Esses carregadores inteligentes permitem que se deixe uma bateria carregando sem muita preocupação. Os com flutuador podem ficar ligados permanentemente.
Agora vamos falar em explosão de baterias.
As baterias chumbo ácidas, quando estão recebendo carga, transformam a energia elétrica recebida em reação química nas placas e no eletrólito.
Não vem ao caso aqui estudar química. O que interessa é que, à medida em que a bateria vai aumentando sua carga, a densidade do eletrólito (água destilada + ácido sulfúrico) vai aumentando.
É por isso que nas baterias antigas, aquelas com várias tampinhas removíveis em cima, os eletricistas metiam um densímetro para saber qdo a bateria estava totalmente carregada. Esse medida é muito mais eficiente do que simplesmente medir a voltagem da bateria.
Essa reação química produzida durante o carregamento da bateria produz hidrogênio. Esse gás, nas baterias antigas, saíam pelas tampinhas, que tinham um furinho em cada uma. Além disso, o eletricista tirava as tampas, para aumentar a fuga do hidrogênio.
As baterias modernas são seladas, para evitar evaporação da água do eletrólito. Possuem válvulas para quando a pressão interna aumentar demais.
Uma bateria explode quando o hidrogênio gerado no carregamento dela se acumula sobre as placas e recebe uma centelha.
Mas de onde pode vir essa centelha?
Pode vir da própria placa, se houver um mau contato no polo da bateria, por exemplo, ou se o nível do eletrólito estiver baixo, não cobrindo totamente a placa. Um mau contato pode ser defeito de fábrica ou pode ser causado na hora de apertar o terminal da bateria. Se não segurarmos firmemente o cabo na hora do aperto podemos causar uma folga entre o polo e a placa onde está fixado. Baterias com manutenção, aquelas onde se verifica de tempos em tempos o nível, podem ficar com nível baixo e assim ficarem sujeitas a centelhas entre placas e explosão.
Nas baterias seladas, onde não se verifica nunca o nível, existe ás vezes um indicador, que pode estar verde, preto ou branco.
Esse indicador é um densímetro, que muda de cor de acordo com a densidade do eletrólito. Esse indicador pode indicar também se há pouco eletrólito. Nesse caso o indicador vai ficar branco (não sei se é a mesma cor em todas as baterias) recomenda-se levar a bateria para a assistência técnica. Às vezes completando-se o nível com água destilada o problema é sanado. Eu nunca tive uma bateria nessa condição. :smt017
Algumas baterias seladas permitem que se remova uma parte da tampa, para poder carregá-las com mais eficiência. Eu não sabia disso quando levei uma bateria selada para carregar e o eletricista puxou uma parte da tampa, que saiu e ficaram aparecendo 6 tampinhas iguais às das baterias antigas. Mas nem todas permitem isso.
Baterias velhas, aquelas onde se forma zinabre no polo merecem uma preocupação maior. Melhor descartar a bateria quando ela começar a dar esse tipo de problema.
Ainda mais que o preço das baterias está até razoável atualmente.
Ah, deve-se ter cuidado ao fazer chupeta. Ligam-se primeiro os jacarés na bateria arriada, e so depois na bateria boa. Uma boa medida (que ninguém faz, pois a maioria dos cabos para chupeta não permite isso, são cabos duplos) é conectar o terminal negativo longe da bateria, em um bom ponto de terra do carro. Evita-se assim aquele centelhamento que SEMPRE ocorre ao colocar o jacaré.
É isso, pessoal.
Abs