E aí Martins, td blz?
Tive uma conversa esses dias com o Sr. Milton, sobre o qual comentei esses dias com você sobre um Santana.
Na minha infância, ele era meu vizinho e tinha um Santana prata. Era um dos primeiros da cidade, comprado logo após o lançamento. Sempre impecável, lembra?
Pois é, há cerca de 30 dias, encontrei com ele aqui na cidade e perguntei do carrão. Olha só o que ele me falou:
No ano de 1984, ele foi um dos últimos contemplados no consórcio de um Voyage. Quando saiu, a VW lhe ofereceu um Santana, bastando voltar a diferença de valores.
Na época, o filho dele, então estudante que morava fora, estava passando uma temporada em casa e o incentivou a ficar com o Santana.
O crédito do Voyage era cerca de 18.000 e o Santana era 22.000. O pagamento da diferença deveria ser feito em 3 x sem juros, o que, de fato, ocorreu.
Ele pegou o segundo Santana.
O primeiro, do lançamento, foi um Santana CD azul marinho, que estava exposto na vitrine.
O segundo foi o dele, um Santana CL prata 1984 (!!!). Segundo ele, "não tem ar, direção e nem vidros elétricos. Só tem o motor e as rodas." Motor 1.8 álcool.
Depois de muita conversa boa, ele me falou:
O carro está com ele até hoje, conservadíssimo, com 60.000km.
Eu lhe perguntei: Sr. Milton, sei que o sr. gosta do carro. Mas quando o sr. enjoar....
Neste momento ele me interrompeu e me disse: Olha só, Francisco, vamos combinar: tenho o Santana, minha mulher, minha casa e meu filho. Quando eu enjoar, ligo pra vc e.... vc fica com a minha mulher e deixa o Santana comigo.
Saiu sorriu como sempre, dizendo: Tenha um bom dia!!!
Cheguei em casa e fiquei pensando: Preciso compartilhar esta conversa com o Doutor Martins rsrs...
Mas, é isso aí. Espero que tenha gostado da prosa!
Detalhe: se for como nos velhos tempos, esse Santana do Sr. Milton ainda tem uma característica marcante: Capas de coxinil alaranjado nos bancos rsrsrs...
Abraço